Thursday, October 19, 2006

How the feeling comes, and Why it goes...
























O feeling de épocas passadas é algo que consigo ainda lembrar. Me lembro mais ou menos como me senti bem e como me senti mal em certas épocas. E como me senti de maneira tal, e de maneiras difusas. Há toda uma infinidade de sentimentos, é um espectro com nuances diferentes que não podem ser explicados.
(pausa pra dar uma aspirada....sshhhhhhhhh.....cough....cough...)
Não em português. Em inglês você até tem mais palavras relativas às emoções humanas. Mas não existe "saudade".....existe uma palavra próxima, "longing"...mais ou menos só...

Mudando de assunto, estão tentando passar uma lei que transformará (lá fora) "consumo compulsivo" em doença como o alcoolismo, por exemplo. De certa forma, é uma compulsão, mas quando é que você sabe que a pessoa não está na responsabilidade de suas ações ?....é meio difícil. Se a pessoa quer porque quer comprar, então ela está no seu arbítrio. É que nem workaholic, sexaholic, e outros holics, se a coisa não é prejudicial à saúde, é difícil você dizer que esta pessoa está fazendo porque quer, a outra não. O ser humano é mesmo "condenado" à liberdade, como diz o Sartre...

Sunday, October 15, 2006

Agora é bom demais......


Estava voltando da Casa da Matriz, onde tocou muita coisa boa, e dessa vez eu gostei da música do Muse, apesar de uma certa resistência que eu tinha com essa banda. Já li coisas boas e não tão boas, já ouvi falar que eles "deveriam ser proibidos de pegar em instrumentos" (eheh...), e no fundo no fundo a música é legal (a que conheço com um teclado maneiraço), rock louco com teclado pomposos, pra vc viajar na onda. Quando eu saí da noitada, já no taxi, ouvi uma música familiar apesar do cansaço e da overdose sonora pela qual tinha passado. Era uma música do bom e velho foda clássico Rush, que é uma banda com muito melodia de teclado legal e guitarra, e me surpreendi porque você não espera que um taxista ouça isso. Falei com ele, "é Rush, né?", e ele falou, secamente, "é, eu tenho 40 anos". Como que constatando que pessoas mais novas de hoje em dia não vão ouvir um Rush. Difícil ser tão sucinto como ele.

Porque o ponto é esse, usando esta estória chega-se a uma constatação: gostamos em grande parte de curtir, buscar, acompanhar, fazer parte de nossos contemporâneos, fazer parte desse movimentos, sentimos o fluxo do caldeirão cultural e como estamos fazendo parte dele sem querer. É claro que apreciamos muita coisa antiga, clássicos, mas temos um gosto especial por coisas que fazem parte do aqui e agora, com os quais podemos compartilhar uma época e seu contexto.

Saturday, October 14, 2006

Gooold lion....



"Gold lion's
Gonna tell me where the light is
Gold lion's
Gonna tell me where the light is
Take our hands
Out of control
Take our hands
Out of control "

Estou vendo se compro ingresso pro Yeah Yeah yeah´s......desde que passei a ouvir, o debut vem "crescendo" em mim, tem uma aura, um feeling único, muito mais do que o som. Os urros e sussuros, a música e versos tem uma coisa primal muito punk, meio Nirvanesca. E a banda é pra mim um puro exemplo de "arte pela arte", é meio fashion mas tem uma inocência de quem está criando sem intenções de agradar, de quem está desligado do ambiente musical. Agora que estou ouvindo o segundo cd vou ver se quero ir, também pela grana, tenho que ver se minha carteira da facul fica pronta...


Friday, October 06, 2006

Motherfuckers KNOW how to act

O filme "Gabrielle" foi o primeiro que vi de Patricé Chereaux (falta agora Chabrol, Rohmer, da nova leva ...), e é um filme de diálogo. Ou impossibilidade de diálogo. Quando se trata de sentimentos, às vezes muito papo leva a muito discurso, enganando o outro, a si mesmo, e o espectador de lambuja.
A estória trata de um casal burguês de alguma época antiga, sei lá, acho que 1900 e pouco, que vive dando festas e tal. Certo dia o homem, Jean, volta para casa pra descobrir um bilhete. Ele é esperto, e sabe que bilhetes nunca são coisa boa, então toma um trago antes de ler.
Obviamente, é um bilhete de despedida de sua mulher, que o havia traído e o deixado por outro homem. Só que, no seu primeiro e monumental fracasso no filme, Gabrielle (Isabelle Huppert) por algum motivo acaba voltando!
Isso é a senha pra eles passarem o restante do filme debatendo o que houve nesses anos todos, com Gabrielle levando um baita sérmon de Jean, enquanto que ela por sua vez discursa, responde, questiona-se, silencia-se, filosofa, e nada muda o fato que ninguém entende por quê ela passou esses 10 anos com ele.


Mas Huppert como sempre dá uma aula, e faz com que os argumentos da personagem, por mais prosaicos e poéticos que sejam, sejam críveis (de um certo ponto de vista). Não que Jean se satisfaça com a prosa dela. A certo momento, ele esbraveja:

- Pelo menos eu ainda consigo discernir sentimento de tanta confusão!

Sem entrar em julgamento de valor sobre ambos e sua relação, o final é apoteótico. Gabrielle ainda quer propor uma inusitada vida em comum apesar de todo esse distanciamento emocional dela, pois os dois conseguem se dar bem, e tal, e tem a questão da conveniência, reputação, ainda mais numa época como aquela. E, talvez pra selar essa proposição (indecente? não sei..), ela, deitada na cama, abre o vestido e se oferece pra Jean. Ele deita em cima dela, com roupa ainda, e ainda tenta transar com ela, mas ficam imóveis, nada acontece. Ele se levanta, pergunta pra ela "Você consegue sem sentimento? ", ela continua impávida, ele sai do quarto, sai da casa, fim da vida em comum, fim de papo. Bravo.

Motherfuckers don´t know how to act....


Domingo fiz minha incursão na estética finlandesa de cinema, através do filme "Luzes na Escuridão", acho que talvez o único filme nórdico do Festival. Já não se fazem mais Bergmans como antigamente (não que eu tenha assistido a algum filme dele....).

Bom, a estética finlandesa é, decididamente, er, hmmm....finlandesa.....cidade limpa, ninguém na rua mesmo no claro, o filme se passa sempre no escurecer (ou quase escurece). Where are the freaking people? Eu devo estar muito acostumado com Copacabana.
Sobre o filme, é uma trama bem simples com um personagem que é o Mersault de "O Estrangeiro" (Camus) em pessoa. As coisas acontecem e desacontecem, e ele não faz nada, ou quando faz, é uma tentativa patética para falhar. E o personagem, além da indiferença de Mersault, tem um toque loser, e isso é autoral, pois li que o filme é o terceiro de uma trilogia "Loser Trilogy". O diretor conseguiu fazer seu papel loser também, pois não fez com que o personagem se redimisse num possível clímax que todos esperavam. É uma loserdom só!! E isso foi no dia da eleição, deve ter algo a ver, toda essa aura, pqp...
O ponto mais forte do filme é que o cara, um guarda-noturno, vem cena, volta cena, está fumando um cigarro (e tomando a vodka eventual..) . Leva um fora, cigarro, leva porrada cigarro, nada acontece, cigarro. Foi a mais perfeita desglamourização do cigarro da história! Bate qualquer campanha anti-fumo do governo! Recomendo que todos assistam, já.

O título do post, se querem saber, é também homenagem ao Hugh Jackman, que vi por 30 minutos no filme baboseira-pseudo filosófica-científica "A Fonte da Vida". Nunca tinha visto filme dele, ao contrário das mulheres. Ele até que não é dos piores. Mas acho que Wolverine tá de bom tamanho pra ele.

Vamos agora no próximo post a um filme no qual um personagem pelo menos conseguiu uma catarse....